Baleia
Teu corpo
Me fascina
Longo e largo leio
Teus movimentos
Como livros abertos
Na imensidão negra
Do dicionário deserto
Palavras são bolhas de areia
Que queimam quando saem
Pelo teu espi(o)ráculo na cabeça
Pareces sonhar sempre
Com o silêncio absoluto
Enquanto cuspo signos
Como quem cospe sangue
O arpão te entra mas
É de mim que vazam
As estrelas – do mar? –
Prontas a entrar em
Combustão
Somos peixes fisgados pela boca
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