Despedidas
Dói levá-lo ao bolso
Como cédula que esquecida
Não existe
Lava-se a roupa
Esfrega-se a mancha
Mas resiste em insistência
Solução seria tirá-lo
Arrancá-lo sem notar a dor
Como curativo-mágoa
Que cura e ressente
Ainda assim não o faço
Meus dedos o encontram
Acariciam ao fundo do forro
Sua mais macia celulose
De repente um corte
Papel-lâmina que abre fenda
E lambe lânguido a gota
Que produz minha pele
Ao chupar onde machuca
Percebo a profundidade da ferida
Preferindo esquecer